quinta-feira, 23 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 26

Agora Cassandra preparava  a mala para sua viagem ao Rio de Janeiro. Malvino sempre acompanhava a mãe nestes eventos extras de que Cassa participava. Apenas os dois. Ninguém mais. Romero Ricardo acreditava na afinidade de Cassandra e Malvino,porém existia um motivo maior do que a própria afinidade: o nome de Malvino. Malvino Cassandra. Pronto.É isso mesmo : Malvino Cassandra. Depois que se descobriu como gente não podia tolerar ser chamado de Malvino Cassandra. O escrivão neste dia tinha bebido um pouco da poção do amor que a própria Cassandra tinha inventado.Ela dizia: não falha nunca.Realmente não falhou,pois Carabino Prazeiroso conseguiu finalmente namorar com a mexicana Dores Fuertes de Barrigona. Mas a mão de Carabino falhou. Isso Cassandra jamais perdoaria. Durante muito tempo os colegas de Malvino o chamavam de Cassandra e gritavam: Cassandra, seus cabelos são lindos; Cassandra, sua roupa está amassada. Eita. Tinha que ser muito homem para aguentar. Romero Ricardo nunca desconfiou do nome errado do filho. Era um deslumbrado com o mundo acadêmico e não percebia o grande erro de Carabino. Até cumprimentava o mão-de-maria -mole. Era assim que Cassandra o chamava. E dr Romero sempre perguntava: Como vai dona Barrigona?
E durante anos Malvino e Cassandra viajavam para o Rio de Janeiro para desfazer a poção de amor de Carabino. Lá encontrariam as ervas necessárias para  desfazemento da fórmula.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 25

Completamente destemperada das idéias, dizia: meus pensamentos, as minhas idéias vêm da minha cabeça. Eita.Foi a jujuba, disse Elvira, assim que soube  do ocorrido. E refletia: derepentemente foi o escapulamento da dotora que fez ela correr daquele perguntatório todo que deixou a bichinha assim.Quando Cassa ficava desse jeito, ela corria para o esconderijo do chocolate com 90% de cacau. Só comia chocolate amargo com 90%.  Se tivesse 60%, não comia. Quanto a isso era rigorosa. Dr Romero jamais desconfiou dos chocolates de Cassandra. Agora o professsor doutor; sim, porque dr Romero também ensinava na faculdade quando tinha tempo. Adora o seu lado acadêmico. A matéria de que mais gostava  de lecionar era as cirurgias complicadas dentro do processo de aceleração dos hormônios da mulher. Eita! Pronto.

Virgínia e a lata parte 24

Romero Ricardo não era homem de resolver problemas pessoais dentro do consultório. Cassandra sabia disso. Mas naquele momento atormentava na cabeça da nutricionista cabelereira o problema de Malvino. Para disfarçar,  a professora doutora Cassandra Violeta inventou qualquer coisa que lhe veio à cabeça: "Tenho uma receita facílima de bolo de milho que aprendi recentemente com uma amiga jornalista." E continuou: "Até você, Romero, pode cozinhar. Agora acredito nos homens na cozinha." Cassandra começou a explicar o modo de fazer: primeiro você pega a manteiga e separa; os ovos e separa; o leite e separa; pega logo todos os ingredientes e bate tudo no liquidificador. Pronto, tá feito. Dr Romero Ricardo não acreditou no que estava acontecendo e pensou: será que Cassandrinha está com algum problema mental?
Olhou para a esposa e recomendou: Cassandrinha, que tal fazer suas próximas palestras no estrangeiro?
Ele acreditava que os ares do estrangeiro poderiam fazer bem à esposa. Ele só ficou  muito desconfiado depois que viu a doutora comer quase todas as jujubas de forma suspeita. Cassandra, agora, não tinha outra opção a não ser viajar.

Virgínia e a lata parte 23

Cassandra estava aflita. Precisava conversar com dr Romero Ricardo. O que fazer com Malvino? Enquanto esperava no consultório de Romero Ricardo para falar com o  marido, comia todas as jujubas roxas do potinho de vidro.Aproveitava  a distração da atendente e roubava uma a uma as gominhas roxas. Ela era viciada em jujubas coloridas. 10 minutos e nada de ser recebida pelo marido. Não tinha problema, pois as jujubas estavam ali à sua disposição. Finalmente Romero Ricardo recebeu a esposa: "Querida, vamos entrar". Dr Romero sabia da disposição de Cassandra Violeta de comer jujubas roxas, e perguntou: Cassandrinha, vc comeu muitas jujubas enquanto esperava? "Não, não muitas". Estava mentindo. Dr Romero tinha instalado naquela semana uma camera filmadora e esquecera de comentar com a mulher. Observava tudo enquanto atendia a paciente. Ele sabia que a mulher estava mentindo.

Virgínia e a lata parte 22

Cassandra resolveu conversar com Malvino: meu filho, hoje irei falar sobre a atividade física nas mulheres no climatério e a fisiologia gastrointestinal e sobre seu casamento. Por que o casamento de Malvino era importante para as mulheres no climatério? Malvino ficou gelado.
Virgínia tinha aceitado se casar com o galã. Aconteceu naquela noite mesmo do prazo que Virgínia tinha estipulado para Malvino. Trocaram alianças, beberam, sorriram e se animaram em falar sobre casamento. Parecia que Virgínia tinha esquecido de vez de Raquel. Malvino estava contentíssimo. Caixa de bombom guardada, beijos e lembranças dos 3 anos de convivência com um dos rapazes mais cobiçados da sociedade pernambucana. É, porque o outro cobiçado era o irmão mais novo de Malvino, Cassandro Violeto.

Virgínia e a lata parte 21

Durante o café da manhã, Cassandra ruminava sobre as próximas palestras semanais. Pensava em temas complexos e também nas receitas que ela apresentaria durante o evento. Receitas, sim, porque elaborações, apenas dra Cassa sabia fazer. Ela respirava café. Achava que o café estimularia os pensamentos e só assim ela poderia formular o texto e slides. Acordava, tomava café; ruminava, tomava café ; respirava, tomava café. Dr Romero Ricardo é quem mais  sabia disso.
O consultório de Dra Cassandra Violeta vivia cheio. Era longa a fila de espera para se consultar com a mãe de Malvino. Na sala de espera, todos comentavam baixinho: Qual será a nova elaboração de Cassandra?
Qual a receita para perder a barriga, e  qual o nome de Malvino. Havia até um balcão de apostas.Alguns apostavam que ele se chamava Malvino Adorado Beterraba, Malvino Céu Azul Brilhando na Terra das Pitombeiras, Malvino Abraços e Beijos do Amor, Malvino Ai Caramba, Malvino a Cara do Pai e da Mãe. E  assim a tarde passava, enquanto as apostas eram feitas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 20

A Ursa Maior.Ela recomeçou sua fala deste jeito. Contava e desenhava as 7 estrelas desta magnífica constelação.Adorava também o antigo zodíaco  indiano.Para Cassa, indicava sorte, muita sorte. Mudanças nas finanças, restaurações no campo afetivo e também renovação no amor. Tudo que fosse relativo ao amor intrigava e estimulava Cassandra: Signos, intuições, pedras, misticismo, encontros fortuitos. Esta mulher era pura sensibilidade. E para finalizar o encontro quase fatal para Malvino, Cassa comentava sobre seus cabelos. Ela só usava o shampoo de Violetinha . Shampoo e condicionador. E todos perguntavam: quantas vezes por semana  a senhora lava os cabelos? É shampoo de guaraná? Quantas perguntas para Cassandra Violeta responder.

Virgínia e a lata parte 19

Pronto. Cassandra combinou com as mulheres histéricas dentro do banheiro que falaria apenas para elas, a fórmula secreta das idas ao banheiro sem deixar aromas. Esta fórmula é secretíssima. Cassandra comentava e sorria após ter saído da latrina. E todas, abismadas, pasmas, perguntaram: Cadê o cheiro? Cadê o odor?
Cassandra gargalhava e rodopiava pelo banheiro exibindo os passos de balet que aprendera quando criança.
Todas ficavam impressionadas com Cassa.
Foi então que a saltitante mulher confessou a fórmula, porém, com uma condição: Que não lembrassem do nome de Malvino. Todas concordaram e voltaram para a platéia sorrindo e dizendo para todas: Ahahahah!
Esqueçam, esqueçam. Nada de mais o nome de Malvino.Neste instante, Cassandra apresentou alguns slides do zodíaco. Iria dar lições de cosmografia.


Lições de cosmografia
 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 18

Cassandra resolveu então correr para o  banheiro. Imaginem todos do palco correndo atrás de Cassa, gritando: pega, pega a dra Cassa. A nutricionista  famosíssima finalmente  conseguiu se trancar. Chegou primeiro do que todos. Mas não sabia ela que já havia gente trancada no toalete esperando pela palestrante.
Ela estava perdida, muito perdida, mas a dra tinha uma carta na mão.Sabia do truque de ir ao banheiro sem deixar rastro, nenhum cheiro.Nada. Foram anos e anos de estudos e experiências . Ela bebia todas as noites, uma colher de vinagre de maçã escondida do dr Romero Ricardo. Depois escovava os dentes com a canela em pau. Adorava canela. Usava fita dental de canela, pasta dental de canela, café com canela... tudo, tudo com canela. Acordava e ia ao banheiro e dr Romero comentava: Que perfume de flores! Ele realmente era apaixonado pela dra Cassandra.

Virgínia e a lata parte 17

A situação já estava fora de controle e piorou quando Malvino surgiu no evento. Todos ficaram paralisados ao avistar o belo jovem de pernas finas. Algumas mulheres susurravam: Malvino, Malvino. Neste momento, Cassa se viu encurralada e começou a falar sobre os anéis de Saturno:  que os anéis não passavam de um efeito de reflexão sobre as superfícieis convergentes. Os anéis eram compostos de duas zonas; a exterior sombria e a interior, mais clara. Ela repetia: o anel é mais luminoso que o planeta, o anel é mais luminoso. Pronto, este era o aviso para  que Malvino saísse imediatamente da sala.

domingo, 19 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 16

Cassandra mudou de assunto: "Eu corto cabelos, eu corto. Sou eu o próprio Edward , mãos de tesoura", gritava a entusiasmada nutricionista cabelereira, enquanto mostrava a foto de Edward, em ótima resolução para o seu público. Mas mesmo assim, a paltéia se inquietava nas cadeira confortávéis do teatro. O nome  de Malvino parecia ser mais interessante naquele momento do que qualquer outro assunto capilar, filosófico ou nutricional

Virgínia e a lata parte 15

Dra Cassandra Violeta também gostava de falar da sua cachorrinha, Violetinha Ricarda, durante as suas palestras semanais.Comentava sempre que Violetinha comia sempre uma refeição balanceada, com ômega 3, ômega 6. Essas coisas que uma cachorinha deveria comer, segundo Cassandra. A própria Cassa preparava. Violetinha, só não gostava quando Cassandra Violeta lhe comprava vestidos. Apenas lacinhos de cabeça interessavam a pequena cadelinha. Elvira, a ajudante engraçada de dra Cassa, dizia sempre que Violetinha era uma despudorada. Ela dizia: Derepentemente, Violetinha é uma cadela despudoradíssima. Não sei por quê Elvira também gostava de falar difícil. Talvez fosse a influência de Malvino.
Em todas  as palestra, havia uma pergunta que nunca no Brasil queria se calar: "Qual o nome completo de Malvino?"
Cassandra respirava fundo, tentava entrar com assuntos como a importância do metabolismo do corpo e da combustão para a queima de gorduras, mas mesmo assim, os ouvintes insistiam: "O nome, queremos o nome."

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 14

Dra Cassandra Violeta ministrava palestras todas as sexta-feiras do mês, menos nas sextas feiras 13. Isso não. Acreditava que culinária e  sexta 13 não combinavam. Sempre começava sua palestra falando assim: Queridos amigos, hoje vamos aprender sobre tal vitamina.É chique no último bater laranjas com couve, beber um pouco de vinho durante a preparação de um prato principal... Todos ficavam boquiabertos com tanta desenvoltura da dra Cassa. Ela era uma mulher da culinária moderna. Ah! ela nunca, mas nunca se esquecia de citar Elvira em suas falas: "A minha ajudante Elvira, a louca do Q-suco, sempre disposta a experimentar e aprovar todas as minhas elaborações".Os leigos perguntavam: elaborações? É. A dra Cassa jamais diria as minhas receitas, e sim, minhas elaborações. Acha chique

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 13

O pai de Malvino, o dr Romero Ricardo era um dos médicos mais renomados da redondeza. Escolhera a ginecologia como especialização. De presente, trouxe pra Malvino, da sua terceira lua-de-mel com a dra Cassandra Violeta,  um porta whisky muito interessante. O objeto deveria ser montado com o contador de dose voltado para baixo, como se fosse uma choperia. Dr Romero Ricardo ( o nome duplo era comum antigamente) casou-se com Cassa( gostava de ser chamada assim) desde adolescente. Tiveram 5 filhos. Malvino era o do meio.Para o jantar, dra Cassandra, nutricionista conhecidíssima na sociedade pelas palestras e  trabalhos voluntários preparou tapiocas com alface. Ela sempre inventava pratos desta natureza.A sua ajudante, a engraçada  senhora Elvira, sempre dava pitaco nos pratos da patroa e dizia em tom alto:" A senhora pode ser "douttoura" da cozinha, com "niver" superior e tal, mas eu "tumbém" sei cozinhar por demais. Meus prato é do bom."  Malvino adorava esta culinária.
 Como seu pai sabia que o rapaz era dado a amostramentos, ele resolveu comprar aquele presente. Imagina o cabra saltando pela sala, fazendo estrela e por fim, bebendo a sua dose de whisky de cabeça pra baixo. Eita. Cabra "homi".

terça-feira, 14 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 12

O café de Malvino era sem açucar. Ele o bebia sem açucar. Achava que homem que é homem bebia puro, amargo e forte. Ele dizia: Açucar é coisa de mulher. Toda vez que um garçom ia servir a bebida, perguntava: açucar ou adoçante para a senhorita?A resposta  era mesma. Sempre: Adoçante para nao engordar.Mulheres são assim mesmo,pensava Malvino, então, nas mulheres.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Virgínia e a lata pate 11

Malvino sim sabia aproveitar a vida. Gostava de ir a pé para a academia. Sentia-se livre, principalmente porque o vento tocava o seu rosto e podia desfrutar dos primeiros raios da manhã. Considerava-se um sujeito de sorte. Enquanto percorria meia quadra até chegar à academia cantarolava as músicas de menino que ele recordava: "1,2,3, saco de farinha, 4,5,6, saco de feijão. Trabalhando dona formiguinha vai aos poucos enchendo o seu porão". Fazia parte da coleção de Disquinhos( aqueles coloridos acompanhados de slides pra fazer cineminha). Malvino tinha todos e também um projetor. Adorava a sessão de cinema que acontecia aos sábados para os seus coleguinhas.O  de  que mais gostava era A formiga e a cigarra. E no caminho da academia cantoralova e até desejava pular amarelinha. Existia ainda marcas de giz desenhado no chão, porém, não achou conveniente um homem de quase 1,90m saltar na rua. Não ficaria bem para um rapaz fino. Mas voltando, o disco preferido era o  cor de rosa; aliás, Malvino tinha sempre um acessório rosa para compor o seu visual de homem moderno. Ora um lenço, ora uma camisa e por muitas vezes, meias. Assim ele poderia usar sem chamar muito a atenção. Virgínia mesmo tinha lhe dado dois pares, um mais escuro, outro mais claro. E advinhe qual ele usava mais? Homi todo

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 10

Os  ventos de agosto tinham se antecipado. Malvino não se incomodava com o tempo, ou com a mulher do tempo. Meteorologistas afirmavam que era mais uma frente fria. Lembrava os médicos que generalizam uma gripe. É virose, a sua noiva está com virose. Virgínia havia dito que já sabia o que queria, mas que ele aguardasse a reposta para logo mais à noite. Enquanto isso, Malvino decorava a série de musculação. Praticamente já sabia de cor: 4x8,com carga máxima, no voador, flexão, 4x8 no supino, 4x8 no supino invertido, 4x8 no crucifixo...Depois um relaxamento no ofurô, lavar os cabelos com o novo shampoo para cabelos normais, um pouco de condicionador (prá não dizer creme rinse). Ele jamais diria creme rinse...Cabra macho.

Virgínia e a lata parte 9

Saneamento básico. Ele pensava constantemente na drenagem e no saneamento da cidade. Engenheiro do Saneamento. Malvino já se imaginava no pulpito discursando para os formandos e colegas de sala. E lembrava aos amigos que houve uma época em que as pessoas jogavam a urina pela janela para não sujar a casa. Imaginava-se, então, caminhando com Virgínia. Ele de fraque e cartola e ela com um espartilho de tirar o folego. Pensava sempre: sou um cavalheiro. E, passeando com a moça, posiciona-se sempre do lado de dentro da rua. Sim, porque se atirassem qualquer líquido, cairia em cima dele. Pensava: e se eu virar a cartola para cima? Assim, quando o líquido caisse, não respingaria na moça. Invenções de Malvino.Afinal ,ele agora era um engenheiro do sanemaento básico.Não se contentava e pensava dar umas voltas também com Juanito, o peito de pombo. Então era isso. Escovinha progressiva(apelido de Malvino na academia) e peito de pombo juntos, no lado interno da rua. Ele pensava e sorria.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 8

Malvino tinha que seduzir a moça. Ficou por horas deitado igual a um donzela no sofá da casa de Virgínia. Na altura do campeonato, Virgínia já tomada pela decisão que tomara, resolveu anunciar sua resposta. Enquanto ela se preparava, o cabra sonhava com a nova série de musculação que deveria começar. Juanito era um professor exemplar. Tinha um peito de pombo de causar inveja.Alto,loiro e com peito de pombo. Malvino pensava: um dia ficarei igualzinho a Juanito. Ele fazia questão de pronunciar seu nome, quando um ou outro o chamava de forma errônea. Ele gritava : Ruanito, entenderam? Ruanito.Essa atitude de Malvino deixava a sua futura noiva perplexa. Ele sempre a deixava assim.Como se a noiva fosse o próprio Ruanito, o peitão de pombo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A lua e o agreste, uma fórmula simples para se apaixonar de vez

Virgínia e a lata parte 7

3 horas da tarde.Já se passaram 43 minutos e ainda nada da resposta de Virgínia. Ele, na qualidade de noivo, merecia uma resposta.Se Malvino fosse mulher, já teria dado tempo para uma maquiagem de casamento,ou para um evento social importante. Talvez quisesse adiar o espetáculo que Malvino iria fazer quando ouvisse um "não"; talvez ainda estivesse em dúvidas, afinal era um noivado firme, famílias conhecidas, aquela intimidade com cunhados, e essas coisas chatas que impedem uma pessoa fria de tomar uma decisão logo de primeira. E o impulso  realmente não fazia parte da vida de Virgínia.Mas naquele instante, todo o sentimento que envolve os enamorados tomou conta de Virgínia. O corpo todo treme. A pele, esta sim, queimava e muito só em pensar que poderia fiacar a sós com Raquel.Como uma mulher poderia causar tantos sentimentos que nunca sentira por Malvino ou qualquer outro rapaz?Alguns diriam que ela estava dominada, ou tomada por uma doença. Ridículo. Amar uma mulher é apenas amar e isso Virgínia sabia de letra. Ela amava as crianças, os animais, a natureza, os homens também e por que não uma mulher ? E bonita, viu? Raquel era bonita, tanto aqui no Brasil, quanto no exterior.

domingo, 5 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 6

Ele escolhera o dia errado para o noivado. Virgínia, agora, já estava extremamente encantada por Raquel, não suportava ouvir a voz de Malvino. Pobre rapaz... A dúvida seguia e Malvino muito inseguro, perguntou: Você gostaria de percorrer a Espanha comigo? Um sonho para Virgínia...Enquanto Malvino se admirava no espelho esperando a resposta, Vírgínia se apoquentava pela sala. Isso mesmo. Ela namorava na sala, como toda menina de família que se prezasse."Mai que raio de vai-e-vem é esse, essa menina?"Foi Belarmina quem primeiro observou a aflição da moça. Qual é o seu escopo? Lá vinha ele com todo aquele palavriado que cada vez mais deixava Virgínia perplexa. Pra que isso, meu filho? Isso não é coisa de homem sério que quer desposar uma mulher... Ela também era chegada a umas palavras não usuais. Normal para quem tinha Malvino como noivo.

sábado, 4 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 5

Mas que drama todo  foi esse? Malvino nem amava tanto assim. Orgulho, orgulho ferido. Um rapaz com tantas qualidades ser menosprezado pela namorada em plena semana em que ficaria noivo. Ele tinha comprado um par de alianças  e mandara embrulhar dentro de uma caixa de bombons. Criativo, né? Antes tivesse jogado as alianças em uma garrafa de champagne e depois da última taça, em um rompante, quebrasse a garrafa, pegasse com a boca e em meio ao pequeno corte misturado com   sangue , as cuspisse na mesa...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Animal é tudo de bom. Vamos respeitar



Virgínia e a lata parte 4

Ele queria mesmo era diluir veneno em um pouco de água assim que soube do amor de Virgínia por Raquel...

Virgínia e a lata parte 3

Malvino, meu querido, exclamava o mais novo integrante da equipe de musculação do garoto. Garoto, sim. Tinha apenas 26 anos de idade e de experiência com mulheres, pelo menos 3. Conta certa para o tempo que passou com Virgínia entre beijos e abraços, e nada mais. Nunca fora um cara atrevido, pelo contrário, era fino, finíssimo. Homem de muitas palavras difíceis como espicaçar ( frigir). Imagine , então, aquele homem alto e forte falando: No espicaçar dos ovos... que coisa mais feia, hein? Mesmo assim, ele atraia muita atenção com todo aquele palavriado inadequado para certos horários....

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ganhar Dinheiro Ficou Fácil!

Ganhar Dinheiro Ficou Fácil!

Virgínia e a lata parte 2

Malvino não dava motivos. Nenhum. Apesar do curso de hotelaria render muitos bilhetinhos com afeto e outros, por que não dizer, mais assanhados. Na verdade, ele possuia certa estranheza no seu visual de galã. Não, ele não podia passear com bermudas. Só calças e ainda por cima, largas. As canelas de Malvino eram tão fininhas que seu apelido na academia de ginástica era sorvete. Vc entende, né? corpo largo e pernas finas, típico dos marombeiros de plantão que achavam que malhar a panturrilha era coisa de mulherzinha. Como se malhar a proeminência fosse coisa só de moças. Esquecera ele que às vezes era confundido com uma, de tanto perfume que derramava...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Virgínia e a lata

Virgínia naquele momento estava apaixonada por Raquel. Ela não tinha exatamente o perfil de uma mulher que pudesse se jogar por inteiro em uma relação. Preferia o vinho a dançar com Virginia. Eram poucas as vezes em que encontrávamos Raquel a mencionar o nome "Virgínia " com alguma forma de amor. Mas era o amor que Raquel sabia dar naquele momento. Virgínia não tinha qualquer intenção de esperar que ela se transformasse em borboleta, porém naquela noite, os olhos abertos e negros da mulher se espantaram ao cruzar a sala. Um grito anunciava as cenas do próximo capítulo: "Malvino chegou". Seu pai gritava: Malvino chegou. Como abraçar e se entregar a um homem que não mais a empolgava? Malvino, um rapaz fino com curso superior completo em hotelaria e hospedagem tinha cabelos de causar inveja a qualquer mulher que usasse chapinha. De tão escorrido, o cabra parecia até mulher.Os olhos castanhos clarinhos transtornavam as mulheres e por que não dizer, também os homens. Quantos homens enlouquecidos por um só sorriso, um só olhar de Malvino. Alguns até se atreviam a dizer palavras de amor e suspiravam. Vírginia não se aguentava de ciúmes. Teve um dia que ela até quis arriscar um bofetão na cara de um rapazola que passou a mão nos cabelos longos e lisos de Malvino. Como posso suportar isso? Como?