quinta-feira, 9 de junho de 2011

Virgínia e a lata parte 10

Os  ventos de agosto tinham se antecipado. Malvino não se incomodava com o tempo, ou com a mulher do tempo. Meteorologistas afirmavam que era mais uma frente fria. Lembrava os médicos que generalizam uma gripe. É virose, a sua noiva está com virose. Virgínia havia dito que já sabia o que queria, mas que ele aguardasse a reposta para logo mais à noite. Enquanto isso, Malvino decorava a série de musculação. Praticamente já sabia de cor: 4x8,com carga máxima, no voador, flexão, 4x8 no supino, 4x8 no supino invertido, 4x8 no crucifixo...Depois um relaxamento no ofurô, lavar os cabelos com o novo shampoo para cabelos normais, um pouco de condicionador (prá não dizer creme rinse). Ele jamais diria creme rinse...Cabra macho.

Virgínia e a lata parte 9

Saneamento básico. Ele pensava constantemente na drenagem e no saneamento da cidade. Engenheiro do Saneamento. Malvino já se imaginava no pulpito discursando para os formandos e colegas de sala. E lembrava aos amigos que houve uma época em que as pessoas jogavam a urina pela janela para não sujar a casa. Imaginava-se, então, caminhando com Virgínia. Ele de fraque e cartola e ela com um espartilho de tirar o folego. Pensava sempre: sou um cavalheiro. E, passeando com a moça, posiciona-se sempre do lado de dentro da rua. Sim, porque se atirassem qualquer líquido, cairia em cima dele. Pensava: e se eu virar a cartola para cima? Assim, quando o líquido caisse, não respingaria na moça. Invenções de Malvino.Afinal ,ele agora era um engenheiro do sanemaento básico.Não se contentava e pensava dar umas voltas também com Juanito, o peito de pombo. Então era isso. Escovinha progressiva(apelido de Malvino na academia) e peito de pombo juntos, no lado interno da rua. Ele pensava e sorria.